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Copa do Mundo mostrou que existe interesse pelo futebol feminino, mas e agora?
O ano é 2019 e as mulheres entram em campo para serem assistidas por nada menos do que 1 bilhão de telespectadores. De acordo com dados da FIFA, esse é o número de pessoas que acompanharam pelo menos uma partida ao redor do mundo, mostrando que existe, sim, interesse pela modalidade.
Claro, não serei pretensiosa ao dizer que deixamos todo o preconceito para trás: continua sendo fácil achar comentários ultrajantes nas redes sociais, e se você acompanhou pelo menos um pouco do torneio, deve ter ouvido falar que o futebol feminino era proibido por lei até 1980 -- ou seja, tudo ainda é muito novo e os impactos de décadas sem o desenvolvimento apropriado do esporte deixa marcas.
Mas sim, o Mundial também deixou esperança, e aliás, o esporte acompanha a tendência mundial de apoio a mulheres – que estão lutando para serem ouvidas e demonstram cada vez mais o apoio umas às outras.
No Brasil e no mundo, as atletas confirmaram: ficaram extasiadas com o apoio da mídia e dos fãs, que nunca foi tão grande. Marta foi notícia ao redor do globo com o recorde de maior artilharia das Copas. Megan Rapinoe foi a cara da luta pela igualdade, e a superioridade americana chamou atenção. Teve espaço para seleções “novatas” brilharem, teve gol de letra, de cabeça, do meio de campo, teve choro, comemoração, e o mais importante: teve público.
Mas e agora, como fica o futebol feminino?
Mas a verdade é que em terras brasileiras, o sucesso da Copa do Mundo foi um ponto fora da curva. Eu pergunto a você, fã de esportes que curtiu o Mundial, mas não acompanha as atletas com frequência: sabe se seu time do coração tem uma equipe atuando no campeonato brasileiro ou estadual? Sabe o nome de alguma jogadora, ou a posição da equipe em algum torneio?
Se você respondeu sim, faz parte de uma minoria. Os estádios durante o brasileirão feminino – quase nunca a casa dos clubes -- permanecem com baixo público mesmo com entrada gratuita ou beneficente e não é segredo para ninguém que os clubes dão muito menos apoio para as atletas.
Recentemente também pudemos ler relatos – pra lá de revoltantes – de jogadoras que ganham um “salário” de 300 reais, precisam lavar o próprio uniforme, não tem reservas de hotel durante viagens e jogam em locais que parecem mais um matagais do que campos. E a gente se pergunta: até quando?
O que fazer para apoiar a modalidade
Para que realmente aconteça uma mudança no cenário, é necessário que o entusiasmo que vimos na Copa permaneça. Se o Mundial plantou uma sementinha em você, aqui vão algumas ideias para continuar apoiando o futebol feminino:
Vá ao estádio assistir um jogo Mesmo que não seja o seu time, acompanhar uma partida ao vivo é uma forma de conhecer mais sobre a modalidade, e os jogos femininos ainda costumam ser gratuitos e um ótimo programa para famílias.
Acompanhe as transmissões É possível assistir ao Brasileirão pelo Twitter @BRFeminino ou na Band TV e ao campeonato paulista pela Rede Vida, além das transmissões por links divulgados nas redes sociais dos clubes.
Alguns jogos – como a final da Champions League ou Libertadores – também costumam ser televisionados por canais fechados.
Use as redes sociais Siga suas atletas favoritas, os perfis dos clubes, confederações e blogs que falam sobre o futebol feminino (inclusive, estou também no @Campeanatas publicando as principais atualizações diariamente).
Cobre! É essencial usar sua voz de torcedor(a) para cobrar melhores condições dos clubes e confederações e compartilhar as histórias que nós, fãs de esporte, queremos mudar. Já é comum lermos comentários na página da CBF cobrando mudanças e trocas de cargos – e a onda está só começando.
Imagens: Assessoria/CBF
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